26.2.10

A palavra "último"

Estou neste momento a 24 horas de voltar para Portugal.
Cada coisa que faça a partir de agora será a última vez que a faço em Erasmus.
A palavra "último" tem a conotação pesada de irreversibilidade, de fatalidade do destino...
Mas eu estou a viver O último com aquela calma anormal que temos quando sabemos que nada acabou realmente aqui.
Só posso agradecer a todos os que se cruzaram comigo nestes 6 meses, a todos os que, apesar de todas as diferenças, se vão manter por perto mesmo estando longe, a todos os que estando perto vão continuar ainda mais perto, no fundo a todos os que entraram comigo nesta viagem à descoberta do que somos capazes, do que somos na realidade.
Nada a partir daqui vai ser igual, como diria alguém dos que se tornaram importantes, dos que fizeram realmente a diferença, "Os meninos da universidade vão para essa coisa do erasmus para aprenderem a cozinhar, a lavar a roupa, a pagar as contas e a embebedarem-se com bebidas estrangeiras. No entanto há os que vão "lá fora" mudar a sério, ainda que não se veja. ".
Saio daqui a concordar com tudo isto.

23.2.10

Recta final

Pois é, tal como diz o título, estou quase "de partenza" como diria a Dona Cidália do IPSAR.
Hoje foi o primeiro de uma maratona de três exames que tenho esta semana, mais uma aprovação fácil com um digníssimo 26/30.
Na quinta-feira tenho dois exames há mesma hora, depois de enviar um mail ao professor de umas das cadeiras a perguntar se posso ser a última a fazer exame para poder ir ao outro recebo a seguinte resposta:
"si"
e mais nada.
Já me sinto em plena viagem de regresso, o tempo aqui acabou sem sobressalto, sem a temida "depressão pós-Erasmus", aliás, com uma vontade enorme e um desejo incontrolável de voltar.

20.2.10

Cúmplices - Mafalda Veiga


A noite vem às vezes tão perdida
E já nada parece bater certo
Há qualquer coisa em nós inquieta e ferida
E tudo o que era fundo fica perto
Nem sempre o chão da alma é seguro
Nem sempre o tempo cura qualquer dor
E o sabor a fim do mar que vem do escuro
É tantas vezes o que resta do calor
Se eu fosse a tua pele
Se tu fosses o meu caminho
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho
Trocamos as palavras mais escondidas
E só a noite arranca sem doer
Seremos cúmplices o resto da vida
Ou talvez só até amanhecer
Fica tão fácil entregar a alma
A quem nos traga um sopro do deserto
Olhar onde a distância nunca acalma
Esperando o que vier de peito aberto
Se eu fosse a tua pele
Se tu fosses o meu caminho
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho
Se eu fosse a tua pele
Se tu fosses o meu caminho
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho

18.2.10

Resposta em local próprio

Um dia destes disse-te "és especial" e tu ficaste com o ar menos provável...não sorriste nem agradeceste, na verdade até pareceu que estavas ligeiramente surpreendido ou atrapalhado.

Talvez tenhas feito aquilo que fazes tão bem, ler-me o pensamento como se fosse um livro aberto, e tenhas percebido logo a dimensão de uma expressão tão simples e usada normalmente com um sentido tão mais leve.
Talvez tenhas simplesmente tentado ignorar e isto seja tudo uma construção da minha cabeça fértil.
Talvez tenhas entendido simplesmente.

Espero não ter causado demasiada confusão, só a fisicamente suportável para um período longo.
Espero, na verdade, ter causado a confusão suficiente para dizeres que valeu a pena.

Desculpa qualquer coisinha...

17.2.10

surpreeeesaaaaaa!!!!

Aqui estou para mais uma actualização deste quase diário...
Domingo acordo muito descansada e com o peso de mais um ano às costas,pronta para ir (finalmente!) ver o Papa...mas antes,supostamente iria-mos passar em Termini para ir tratar de um qualquer assunto do Luís,eis senão quando e para minha grande surpresa,atrás do Luís aparece....xarannnnn...adivinharam...a CATARINA!!! Eheheh!!! Foi uma visita relâmpago mas valeu mesmo a pena,ainda deu para ir ao interior da Basílica de San Giovani in Laterano,visto que a menina já tinha passado lá milhares de vezes sem nunca entrar.
Pois é,foi o meu aniversário e (confesso que já desconfiava ligeiramente) o pessoal daqui do prédio fez-me um jantar fantástico com direito a decoração de S.Valentim e asas de anjo para mim e tudo (não percebi muito bem   a parte das asas...). Devo agradecer aqui publicamente o jantar e o melhor presente que podia ter recebido.
Segunda-feira, mais um dia booomm...chegou a Bia,uma amiga da faculdade que já não via há 6 meses e confesso que as saudades já faziam algumas cocegas...Fica até dia 21...Ehehe!!
Terça-feira, mais uma cadeira feita,desta vez não com uma nota brilhante mas,ao que eu vi, ter-me safado já foi um grande feito,mais de 50% de reprovações num exame à partida fácil é obra...
Quarta-feira, dia de despedidas com sabor a gelado de 75cent...o Miguel vai embora amanhã.

Já está feito o resumo da semana, agora que as coisas entram em velocidade de cruzeiro em direcção ao inevitável fim.

12.2.10

Neve em Roma???

Conhecem a expressão "Só acredito vendo"??
Pois,foi +/- isso que me aconteceu hoje,ou melhor de ontem para hoje...
O frio prometia mas nada fazia realmente adivinhar,a meteorologia avisava mas eu cá estava de pé atrás...
E de repente,quando acordo esta manhã,alguém diz ensonado "Está realmente a nevar!!"
E estava,a princípio a medo iam caindo alguns flocos daquela matéria branca que encanta crianças e adultos e atrapalha a já de si caótica Roma.
Entretanto (intervalo para um exame de História da Arquitectura) a chuva volta a instalar-se,mas a neve não se dá por vencida e começa de novo a cair, agora já não a medo,mas em força. Grandes flocos brancos cobrem a cidade aos poucos.
E o resultado?
É este:

10.2.10

il primo esame

Bem,não estranhem esta ausência,a verdade é que não se tem passado nada de relevante nestes últimos dias em Roma.
Mas agora,e para algo completamente diferente....O primeiro exame em Itália...o grande Hum?!?
Bem,para começar o exame estava marcado para dia 8...estava porque no dia 7 à noite recebi um mail com o adiamento para dia 9 às 15:30h..
Saio eu de casa com quase uma hora de antecedência e a professora só resolve aparecer já perto das 16h (típico...)
Depois de procurar uma sala,descobrimos que também era algo raro,então (coisa impensável...) acabamos a fazer exame oral num vão de escada (literalmente) do último piso onde se encontram os "arrumos"...lindo!
Sem saber o que ia lá fazer,sem ter feito os trabalhos que era suposto,sem preparação quase nenhuma...PASSEI!! E com 24!Incrível!
Ah, falta só acrescentar que só estava lá eu e outra rapariga com dois professores...
Amanhã há outro exame,já não conto com a sorte de principiante nestas andanças e tenho a sensação de que desta me vou espalhar ao comprido...
Ai,ai!!Vida dura esta de Erasmus...

3.2.10

Até quando?

Despertar é preciso

"Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma Flor do nosso jardim 
e não dizemos nada.
Na segunda noite, Já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, 
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, 
Já não podemos dizer nada."

Vladimir Maiakovski

2.2.10

Túlipas e coffeeshops

Desculpem lá a ausência...
Eu e o Miguel decidimos dar uma escapadinha de 4 dias à Holanda.
Destino: Eindhoven e Amsterdam.
Foi mesmo porreiro!! 
Eindhoven surpreendeu muito pela positiva como cidade para viver,acho que noutra vida nem me importo de fazer Erasmus por aquelas bandas.
Que Amsterdam é brutal toda a gente já sabe mas com neve e aquele frio gelado ainda foi mais giro (por incrível que isto possa parecer).Além disso, já tinha saudades de viajar com alguém e digamos que a companhia não desiludiu.Aproveitamos para fazer uma free tour (onde,como bons tugas que somos,não deixamos nem um cêntimo) com um guia australiano que nos contou coisas peculiares sobre a cidade (um dia destes alongo este tema).  
Agora definitivamente de regresso a Roma, esperamos arranjar a concentração suficiente para os exames que já se vêem no fundo da rua...