16.7.10

férias e memórias

Estou de férias,oficialmente!
Não sei é se isso é bom ou não, porque estes dias têm sido muito pouco animados.
Hoje vim aqui partilhar o problema dos amigos que não se vêem há séculos. Ontem estive com a Xana, uma amiga de escola que ficou para a vida. É sempre divertido encontrarmos pessoas que seguiram caminhos que já não se cruzam com os nossos de forma frequente e espontânea. O exercício de vasculhar a memória é partilhado. E ainda nos rimos deste ou daquele episódio...

12.7.10

passou por mim e sorriu- Deolinda

Ele passou por mim e sorriu,
e a chuva parou de cair
O meu bairro feio tornou-se perfeito,
e o monte de entulho, um jardim
O charco inquinado voltou a ser lago
e o peixe ao contrário virou
Do esgoto empestado saiu perfumado
um rio de nenúfares em flor

Sou a mariposa, bela e airosa,
que pinta o mundo de cor-de-rosa
Eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar,por favor!

No metro, enlatados, corpos apertados
suspiram ao ver-me entrar
Sem pressas, que há tempo, dá gosto o momento
e tudo o mais pode esperar
O puto do cão com o seu acordeão
põe toda a gente a dançar
E baila o ladrão com o polícia pela mão
esvoaçam confétis no ar

Sou a mariposa, bela e airosa,
que pinta o mundo de cor-de-rosa
Eou sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar,por favor!

Há portas abertas e ruas cobertas
de enfeites de festas sem fim
E por todo o lado, ouvido e dançado,
o fado é cantado a rir
E aqueles que vejo, que abraço, que beijo
falam já meio a sonhar
Se o mundo deu nisto, e bastou um sorriso,
o que será se ele me falar?

Sou a mariposa, bela e airosa,
que pinta o mundo de cor-de-rosa
Eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar, por favor! 

6.7.10

assim

porque me deixas assim?
sem noção, sem perspectiva?
ao teu lado sinto-me exposta, sem saída, sem o milhão de caras que adopto, sem as capas que protegem , sinto-me perdida
mas é um rodopio, uma vertigem
teimo em embarcar, teimo em ir atrás de ti
não pela segurança
não pelo conforto
mas pela luta, pelo gozo que dá mergulhar
o tempo passa, não ajuda a aclarar ideias, complica,traz pressa, traz pressão
porque me deixas assim?